Design sem nome
A Adega Beraldo di Cale
A adega de vinhos artesanais, Beraldo di Cale, situa-se no bairro Caxambu, em Jundiaí, interior de São Paulo, região que, tradicionalmente, tornou-se um dos redutos para o vinho nacional, principalmente a partir do ápice da imigração italiana, durante a Primeira Guerra Mundial, em meados de 1910. O nome – Beraldo di Cale – está a marcar a 5ª geração da família. A partir do aprimoramento técnico e do cultivo anual da uva local, que cresce em abundância nas propriedades da região de Jundiaí (Niagara Rosada), são elaborados vinhos de mesa secos e suaves que tornaram-se a marca da adega por resultarem em bebidas frescas, leves e aromáticas.
Excelentes para o dia a dia os vinhos produzidos, a partir desta variação espontânea da uva Niagara, são de fácil aceitação para o paladar brasileiro, devido as temperaturas mais altas do país.
As bebidas pontuam um teor alcóolico ameno e também produz espumantes frescos de segunda
fermentação, disponíveis em anos alternados, na Beraldo di Cale.
A uva, cuja variação rosada surgiu naturalmente na região, apresenta grande resistência às variações climáticas e às pragas em solo brasileiro, tornando-se um verdadeiro tesouro para o cultivo local. Recentemente a fruta segue em processo de indicação geográfica para atribuir procedência e surgimento à região e é parte afetiva da história do município, celebrada, ano a ano, através da tradicional Festa da Uva e Expo Vinho de Jundiaí (desde 1934).
Outros vinhos e bebidas exclusivas e elaboradas a partir de outras castas e frutos também estão disponíveis anualmente pela Adega, com destaque, principalmente o Malbec, o Cabernet Sauvignon, o corte de Cabernet, Merlo e Tannat e o tradicional coquetel alcóolico Mexeriquinha (bebida a base de cachaça, curtida na mexerica e teor alcóolico de 30%).
Sem qualquer conservantes ou aromatizantes químicos a Mexeriquinha é também patrimônio cultural da marca, idealizada por Ludovico.
O Restaurante homônimo, Beraldo di Cale e a tradição italiana
Com a crescente demanda dos vinhos artesanais, produzidos pela Beraldo di Cale, um movimento natural de visitantes passou a ocupar as cadeiras da propriedade da família. Os passantes estendiam a visita para aproveitar melhor o ar puro, o contato com a natureza e a sonoridade dos
pássaros e do rio Judiaí-Mirim, abastecido pelo Atibaia, que, em trecho estratégico, corre por lá.
O resultado foi implantar, em 2009, um restaurante rústico, receptivo, com referências de trattorias, para atender a fome dos clientes a partir da essência italiana, sempre tão famíliar. Nascia assim o restaurante homônimo à Adega. O cardápio, servido com exclusidade aos sábados, domingos e feriados (somente para almoços) fora planejado para ser funcional e simplificado, com
refeições tidas como “Comfort Food”, ou seja, caseiras, nostálgicas e cheias de memórias afetivas, capazes de servir bem de duas a três pessoas.
Entre os destaques do menu estão os talharins caseiros acompanhados de molho fresco de tomates, mignon, alho-poró, polpetas macias de carne; polentas fritas à moda das nonas (feitas com massa artesanal e cobertas com parmesão de excelente qualidade) releitura de risoto de bacalhau, preparado com essência caipira e lascas do norueguês gadus morhua, a aromática
muçarela curtida no vinho para aperitivos extras, entre outras receitas mais.
Já o ambiente, que tem capacidade para receber cerca de 200 clientes por ciclo de mesas e reserva calmaria e tranquilidade aos frequentadores em mesas externas, sob ombrelones, a partir de um ambiente livre, cercado pelas flores sazonais plantadas regularmente pela administração, ou, então, o acolhimento da área interna, geralmente destinada às mesas que acomodam mais do que cinco pessoas.
Como surgiu o nosso nome
O nosso nome é uma homenagem direta, ao patriaca Beraldo Paolini. O complemento “Di Cale” refere-se à cidade de Cittaducale, onde Paolini nasceu, há cerca de 80 quilometros de Roma, capital italiana.
Beraldo chegou em solo brasileiro em 1905, aos 12 anos de idade, e teve breve passagens entre as cidades de Guaxupé (Minas Gerais) e Ribeirão Preto (São Paulo) até fincar as raízes, em definitivo, no município de Jundiaí (1927). Casando-se, aos 17 anos, reverberou a cultura que trazia da terra natal sobre as uvas e os vinhos, repassando-a aos dez filhos nascidos, até o seu falecimento, aos 54 anos. Entre os filhos aprendizes esteve Ludovico.
Este, por sua vez, deu os primeiros andamento comerciais às produções artesanais, vendidas, à priori, a partir do pedido da clientela local, familiares e visitantes da propriedade rural em que viviam. Mas, foi exatamente o boca à boca, os pedidos assíduos e a clientela fiel que transformaram a tradição familiar em um estímulo maior à vida.
Ao lado de Ludovico, sua filha Solange Sgarioni, formou-se em administração e aprendeu os ofícios do vinho para a comercialização efetiva das produções, permanecendo ao lado do pai com o apoio e trabalho do marido, Edison Sgarioni, e manter a marcha crescente dos negócios.
Após quase uma década de aperfeiçoamentos iniciais firmava-se, profissionalmente, os talentos de Ariana Sgarioni, filha de Solange e Edison.
Formada em Enologia e cursos extensivos na Europa, além da proximidade com agricultores da região tornou-a na profissional responsável em replicar técnicas tradicionais e inovadoras, combinadas a um feeling particular na elaboração das bebida que carregam o nome da família e são vendidas, hoje, pela Adega.
À Solange, Edison e também ao filho do casal, o escritor Bruno Sgarioni, permanece a missão fundamental de zelar pelo atendimento, administração financeira e estrutural da propriedade, que recebe, anualmente, cerca de 20 mil visitantes ao ano (dados de 2018).
Não raro, quem passa pelos balcões da Adega, para provar os produtos, conta ainda com a presença especial de Dona Olinda Carnio Paolini (ou Dona Linda, como é carinhosamente conhecida). Com cerca de 80 anos de vida sua força matriarcal mantém o elo dos tempos. Viúva do Sr. Ludovico, mãe de Solange e avó de Ariana e Bruno, Dona Linda coleciona causos e fatos que nutrem as emendas dessa estória centenária, contada, saudosamente, entre uma taça e outra, para quem se dispõe à visitar pessoalmente a Beraldo di Cale.
Cardápio 2021 – Beraldo di Cale